quinta-feira, 30 de outubro de 2014

NOVO ENEM - MEC

Feira de Cursos na Univates

No dia 29 de outubro, quarta-feira, 46 alunos  do Ensino Médio da E.E.E.M. Wolfram Metzler participaram da Feira de Cursos da Univates. 

Os alunos foram acompanhados pelas professoras Belmair, Claudia, Jaqueline e Ivonir.


http://www.univates.br/noticias/14590-alunos-de-ensino-medio-exploram-possibilidades-na-univates



IDEB – DIAGNOSTICAR PARA QUALIFICAR

Texto publicado pelo professor Dionisio Júlio Beskow, vice-diretor da EEEF Bruno Agnes, resumindo a trajetória que a Escola percorreu para alcançar o Índice do IDEB de 6,7. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB divulgado recentemente pelo MEC é mais do que um indicador estatístico. Ele serve como condutor de uma política pública que envolve desde a Educação Básica até a Educação Superior. Esse instrumento proporciona não apenas o diagnóstico de cada estado, município e escola, mas também faz projeções de metas para cada esfera com o objetivo de melhorar a qualidade da educação em todos os níveis. Este mecanismo possibilita que cada escola evolua de forma a contribuir para atingir a média ideal, estabelecida pelos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, na qual o Brasil é signatário. Um exemplo dessa política pública para a educação é o Chile, que já possui avaliações de alto impacto há muitos anos. Também em muitos países europeus, isso é uma prática comum e corrente. Entretanto, a entrada do Brasil na OCDE, deu-se, tardiamente, neste círculo de países que utilizam os resultados para fins de aprimorar e criar novas políticas públicas.
Trazendo isso para o nosso contexto, as escolas da rede estadual de Santa Cruz do Sul avaliadas em 2013, estão bem colocadas. São onze instituições de ensino que já atingiram o índice igual ou superior a 6,0. Isto significa dizer, em termos numéricos, que estas escolas já alcançaram as metas projetas pelo MEC, incluindo-as entre as melhores escolas do país com reconhecida qualidade. Neste rol está a EEEF Bruno Agnes que se destaca, nos anos iniciais, como a melhor colocada entre as demais escolas estaduais e municipais por seu índice observado de 6,7. Por isso, queremos refletir sobre o caminho que a nossa escola fez para chegar a esse indicador externo. Dado o limite, tentaremos resumir esta trajetória. Em 2005, a escola encontrava-se numa condição desconfortável com um índice de 4,6. A partir dessa situação, tomamos quatro decisões que deveriam impactar no resultado ao longo dos anos. As decisões tomadas pela equipe gestora foram estratégicas, pedagógicas e políticas. A primeira delas foi política e estratégica. Adotamos o Planejamento Estratégico Participativo como instrumento norteador de todas as ações na escola. As demais decisões foram decorrentes desse planejamento: promover a qualificação docente, monitorar a aprendizagem de cada aluno, e oportunizar o reforço escolar no turno inverso com o comprometimento da família. Nosso primeiro grande movimento resultou na implantação do Planejamento Estratégico Participativo. Na época, elegemos que o foco da Gestão Escolar deveria estar no Pedagógico - o administrativo, a estrutura física e o financeiro à disposição da aprendizagem do aluno. Nesse momento, começamos a questionar, do ponto de vista técnico-metodológico, o marco referencial do nosso Projeto Político Pedagógico, passando do “sonho” para uma proposta exequível – a construção de uma prática pedagógica contextualizada, interdisciplinar e adaptada aos novos cenários da aprendizagem. De início, partimos para a formação da visão estratégica da escola. Em seguida, realizamos o diagnóstico institucional com análise do ambiente interno e externo, chegando às estratégias organizacionais, detalhando as metas, indicadores e ações, que seriam desencadeadas pelos professores da escola. Portanto, todas as ações deveriam convergir para a melhoria do desempenho cognitivo dos nossos alunos, em conformidade com a nova proposta. A consolidação de nossa prática veio com a implantação em 2012, pela Secretaria de Educação do RS, do SEAP – Sistema Estadual de Avaliação Participativa, que legitimou a ideia de que estávamos num caminho promissor. O segundo movimento veio do próprio diagnóstico que apontava a necessidade da qualificação dos professores sobre metodologias ativas, os processos de aprendizagem e planejamento pedagógico. Para isso, estabelecemos um diálogo com a CRE e universidades para a formação continuada dos docentes, além das parcerias para seminários e oficinas de estudo com outras escolas, a fim de otimizar os recursos financeiros. O comprometimento dos nossos professores com o planejamento pedagógico coletivo foi fundamental para qualificar a prática docente em sala de aula. O planejamento serviu de instrumento para a efetividade da práxis do professor. Outro diferencial para a escola foi a nossa adesão ao Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa – PNAIC, um programa federal de Alfabetização, Letramento e Alfabetização Matemática, que vem qualificando os professores do Ciclo de Alfabetização. O foco desse programa são ações que contribuem para o debate acerca dos direitos de aprendizagem dos alunos, os processos de avaliação e acompanhamento da aprendizagem das crianças, planejamento e avaliação das situações didáticas. Na escola, o ciclo de alfabetização tem o compromisso de introduzir os direitos de aprendizagem durante o 1º ano, aprofundá-los no 2º ano e consolidá-los no 3º ano, para assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade. Por outro lado, também temos um cuidado especial com os alunos do 4º e 5º anos, porque serão eles, os avaliados na Prova Brasil em 2015. Logo, os direitos ou expectativas de aprendizagem dos mesmos, deverão ser igualmente aprofundados e consolidados. O terceiro movimento importante que realizamos foi adotar o monitoramento individual da aprendizagem de cada aluno. Ou seja, monitoramos os conflitos e hipóteses cognitivas dos alunos, através dos diagnósticos mensais para ver em qual nível psicogenético os mesmos se encontram. Esse processo serve como subsídio para o planejamento e para a autoavaliação, mostrando ao professor como ele deve intervir com estratégias didáticas nos esquemas de pensamento das crianças. O resultado dessa estratégia deu origem ao nosso Projeto Avançar, com o qual acreditamos que a aprendizagem dentro do ciclo de alfabetização e letramento deve acontecer em um ambiente que privilegie a reflexão, a problematização e a ludicidade.
Além do projeto, ainda, a escola oferece o reforço escolar que se constituiu no quarto movimento. Trabalhamos com a ideia de nunca desistir de nenhuma criança com eventuais problemas de aprendizagem. O atendimento individualizado proporciona uma intervenção de forma lúdica para desafiar as hipóteses das crianças sobre a leitura e escrita. Concomitante ao reforço, fortalecemos o trabalho da sala de recursos multifuncional, com profissionais especializados para apoiar os alunos incluídos. Por isso, estreitamos as relações com as famílias, no intuito de comprometê-las com a construção de um ambiente de letramento na própria família, o que não é nada fácil, devido à submissão dos pais ao contexto de uma rotina de trabalho. Por fim, todos os movimentos realizados pela comunidade escolar tinham o objetivo em atingir esse índice. Partimos do diagnóstico de onde estávamos, para construir com qualidade, um caminho para onde queríamos estar hoje. São estratégias simples e conhecidas, porém elas devem acontecer com efetividade na escola. Ou seja, devem chegar ao aluno. Se as ações e atividades não acontecem, de nada adianta ter um PPP e um Planejamento Estratégico Participativo guardado para fins burocráticos. Eles não farão milagres, sem colocá-los em movimento com a comunidade escolar. Igualmente, nosso índice conquistado não pode ser parâmetro para estimular a competição entre colegas e escolas, mas pode servir de diagnóstico para buscar, através de estratégias possíveis, a qualidade do processo de aprendizagem dos alunos, assim melhorando ainda mais o índice. Portanto, a partir de agora, teremos outros desafios para a nossa comunidade escolar. Parabéns a todos! Fonte: Jornal Gazeta do Sul, 24 e 25 de setembro de 2014, p. 06, Opinião.

Notícias da EEEM Gastão Bragatti Lepage em Candelária/RS